O S&P 500 registrou seu melhor rali diário nas últimas seis semanas, enquanto o Nasdaq 100 teve seu desempenho mais forte desde maio, à medida que as expectativas para um afrouxamento da política monetária em dezembro pelo Fed aumentaram para 81%. O mercado de futuros oscila entre extremos, alternando entre a descrença em um corte na taxa dos fundos federais e a completa convicção de que esse evento ocorrerá. Como resultado, um colchão de segurança surge novamente para o índice de ações amplo.
Dinâmica dos índices de ações dos EUA
O membro do FOMC, Christopher Waller, insiste na continuidade do ciclo de afrouxamento monetário até o final do ano. Em sua avaliação, a inflação deixou de ser a principal preocupação, enquanto o aumento do desemprego pode acelerar de forma exponencial. Por isso, segundo ele, o Federal Reserve não tem outra alternativa senão seguir reduzindo as taxas de juros para sustentar o mercado de trabalho.
O banco central, porém, não é o único a lançar um "salva-vidas" ao S&P 500. Os investidores quase se esqueceram do chamado "Trump put". O presidente dos EUA costuma divulgar notícias positivas que, no passado, ajudaram a impulsionar o índice amplo de ações. Desta vez, ele mencionou uma conversa "muito positiva" com Xi Jinping e afirmou que pretende visitar a China em abril.
A ganância está gradualmente retornando ao mercado acionário, embora o sentimento de cautela ainda não tenha desaparecido totalmente. A UBS Securities acredita que o movimento de venda já se esgotou. Segundo o banco, a combinação entre a correção recente das ações e o aumento das probabilidades de um afrouxamento monetário por parte do Fed deve sustentar uma nova alta do S&P 500.
Por outro lado, a prudência expressa pela Yardeni Research — tradicionalmente uma das casas mais otimistas de Wall Street — indica que o cenário não é tão perfeito quanto parece. A empresa declarou que já não espera que o índice amplo alcance os 7.000 pontos até o final de 2025.
Dinâmica do S&P 500 e médias móveis

Tanto os ursos quanto os touros continuam firmes em suas convicções, apoiados pelo comportamento do S&P 500 em relação às médias móveis. Embora o índice tenha conseguido voltar a negociar acima da média móvel exponencial (EMA) de 100 dias, ele ainda permanece abaixo da EMA de 50 dias — um sinal de alerta para o mercado.
Os temores sobre uma possível bolha de IA diminuíram, mas estão longe de desaparecer. O Bank of America projeta que os gastos de Microsoft, Amazon, Alphabet e Meta Platforms com inteligência artificial devem subir de US$ 228 bilhões para US$ 344 bilhões em 2025. Ainda assim, esses investimentos podem não estar produzindo os retornos que muitos investidores esperavam.
Por outro lado, há pontos positivos a considerar. Sem os aportes bilionários destinados às tecnologias de IA, o investimento — um dos componentes centrais do PIB — estaria avançando no mesmo ritmo observado em 2019.

Sem o rali do S&P 500, os americanos estariam mais pobres, consumiriam menos e a economia provavelmente teria escorregado para uma recessão. Espera-se que a inteligência artificial impulsione o crescimento do PIB no terceiro trimestre em aproximadamente 4,2%.
Do ponto de vista técnico, no gráfico diário do S&P 500, o nível de pivô está localizado em 6.770. Se os ursos conseguirem manter o preço abaixo desse patamar, os riscos de correção aumentarão, reforçando a necessidade de foco em operações de venda. Por outro lado, um rompimento e consolidação acima de 6.770 abrirão espaço para a retomada das compras.
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