A moeda norte-americana está em tendência de alta, alimentada por temores de recessão e manutenção do status de ativo de porto seguro. Ao mesmo tempo, a moeda europeia tem que fazer muitos esforços para não chegar ao fundo do poço.

Na manhã de quarta-feira, 6 de julho, a taxa de câmbio do dólar permanece em um pico de 20 anos em relação ao euro e em máximas de vários meses em relação a outras moedas importantes. Fatores como a rápida fuga do risco por parte dos participantes do mercado, os altos preços do gás na Europa e os crescentes temores de uma recessão contribuíram para isso. Como resultado, os investidores correram massivamente para moedas de refúgio, principalmente para o dólar. Isso ajudou este último a se fortalecer significativamente. No momento, o dólar, tendo ajustado sua coroa, olha com orgulho para os rivais menos bem-sucedidos no mercado financeiro.
No início desta semana, os mercados globais foram dominados pela volatilidade, que apoiou um ativo de proteção confiável – o USD. O euro passou por um momento muito pior: seu crescimento é prejudicado por preocupações com a economia da zona do euro. E assim a taxa de câmbio euro-dólar caiu abaixo de 1,0300, estando neste intervalo pela primeira vez desde o início deste mês.

No momento, o euro entrou em colapso em relação ao dólar ao seu nível mais baixo desde 2003. Em relação a outras moedas importantes, o euro também não tem sucesso. Adicionar combustível ao fogo é um aumento acentuado no custo da energia na zona do euro, cujo preço subiu após relatos do bloqueio de um gasoduto importante para o trânsito da Rússia.

A situação atual contribuiu para a queda do par EUR/USD, sensível a flutuações de preços e a uma possível recessão na zona do euro. A principal vítima do par clássico é o euro, pois, ao contrário do dólar, não possui pontos de apoio. Na manhã de quarta-feira, 6 de julho, o par EUR/USD estava sendo negociado perto do nível baixo de 1,0248. De acordo com estrategistas cambiais do UBS Capital Markets, o estado atual do par EUR/USD indica a proximidade da paridade entre o euro e o dólar.

Se a demanda por ativos seguros aumentar nos mercados financeiros, o par EUR/USD permanecerá sob pressão de baixa. Segundo analistas, a ânsia pelo risco ainda afeta a dinâmica do par clássico.

Atualmente, os mercados financeiros voltam a superestimar o número de aumentos das taxas de juros que o Federal Reserve e o Banco Central Europeu realizarão nos próximos meses. A revisão dos planos anteriores diz respeito principalmente a este último. A deterioração das previsões sobre as ações do BCE contribui para a depreciação do euro em relação ao dólar. Neste contexto, alguns bancos também mudam de estratégia e oferecem aos seus clientes taxas do par EUR/USD abaixo da paridade. Ao mesmo tempo, provedores especializados de transferência de dinheiro negociam as principais moedas perto da marca de 1,0200.

Diante da atual recalibração, o rendimento dos títulos do governo alemão de dez anos diminuiu drasticamente. O seu declínio impede o crescimento do euro, visto que os investidores procuram retornos mais elevados noutros instrumentos monetários. A moeda única é tropeçada por declarações de representantes do BCE, razão pela qual o banco central não parece interessado em fortalecer o euro. Ao mesmo tempo, Madis Muller, representante do Conselho do BCE, e o vice-presidente Luis de Guindos consideram apropriado aumentar a taxa em 25 bps em julho.

Hoje, o mercado está focado na divulgação da ata da reunião de junho do Fed, após a qual o banco central elevou imediatamente a taxa em 75 bps pela primeira vez desde 1994 (até 1,5-1,75% ao ano). Em primeiro lugar, os investidores estão interessados nas medidas que o banco central irá tomar para minimizar os riscos de recessão. Ao mesmo tempo, a maioria dos analistas (86%) acredita que após os resultados da reunião de julho, a taxa de desconto será aumentada em mais 75 bps, para 2,25-2,5%.